Transwolff diz que vai acionar Prefeitura de SP na Justiça após gestão Nunes decretar extinção do contrato com empresa de ônibus
Prefeitura de SP rompe contrato com Transwolff A Transwolff afirmou que vai acionar a Prefeitura de São Paulo na Justiça após a gestão Ricardo Nunes (MDB) d...
Prefeitura de SP rompe contrato com Transwolff A Transwolff afirmou que vai acionar a Prefeitura de São Paulo na Justiça após a gestão Ricardo Nunes (MDB) decretar, nesta sexta-feira (5), a caducidade dos contratos da empresa de ônibus, que é investigada por elo com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) (leia mais abaixo). A decisão transfere toda a gestão da companhia para a SPTrans, responsável pelo transporte público na capital. A Transwolff já estava sob intervenção desde abril de 2024, por decisão judicial. 👉 A caducidade está diretamente relacionada ao processo de extinção de um contrato de concessão de serviço público, motivada por indícios ou comprovação de falhas graves por parte da concessionária. Em nota, a Transwolff disse que "vai adotar medidas judiciais cabíveis contra a arbitrariedade e a ilegalidade do decreto de caducidade dos contratos sob justificativa de não cumprir obrigações e termos contratuais". "Causa estranheza que a caducidade tenha sido decretada antes da conclusão das atividades da Comissão do Grupo de Trabalho Multidisciplinar instituído pela Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Município de São Paulo, especialmente após a recente manifestação apresentada pela empresa naquele âmbito, na qual foram apontadas irregularidades e ilegalidades no processo administrativo, aptas, inclusive, a justificar comunicação ao Ministério Público de São Paulo", apontou a empresa. "O decreto de caducidade se apoia exclusivamente em questões financeiras, comuns a todas as empresas do setor e plenamente sanáveis", completou. Segundo a administração municipal, com a decisão, não haverá mudança para os passageiros. A Transwolff opera 133 linhas que atendem mais de 500 mil pessoas por dia, principalmente nas zonas Sul e Leste da cidade. O contrato de 15 anos tinha vigência até 2034. A prefeitura afirmou que todos os empregos serão mantidos, incluindo salários e benefícios dos funcionários. A SPTrans também vai assumir os pagamentos a fornecedores para garantir a continuidade dos serviços. As empresas Transwolff e UPBus, alvos nesta terça-feira (9), de operação do Ministério Público de SP. Acervo Pessoa/Divulgação Operação Fim da Linha A Transwolff — com outra empresa de ônibus, a UPBus — foi alvo da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril de 2024 pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por suspeita de lavagem de dinheiro e favorecimento ao PCC. As investigações apontam que o dinheiro usado para aumentar o capital da Transwolff poderia ter origem ilícita — ou seja, os recursos seriam provenientes de atividades do PCC. O esquema envolveria uso de “laranjas” e “CNPJs fantasmas”, facilidades de empresas de fachada para ocultar as verdadeiras origens dos valores, algo típico de lavagem de dinheiro. Em função dessas suspeitas, a Prefeitura de São Paulo abriu processo para rescindir os contratos da Transwolff e da UPBus em dezembro de 2024. A defesa da Transwolff, porém, nega qualquer vínculo com o crime organizado — afirma não haver “comprovação de qualquer relação com organizações criminosas ou de atividades ilícitas” e diz que vai contestar a decisão na Justiça.