cover
Tocando Agora:

Vereadora cassada por irregularidade do partido no Acre tem mandato devolvido pelo TSE

Helissandra Matos foi eleita com 632 votos na eleição de 2024 Reprodução/Instagram A vereadora Helissandra Matos, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB)...

Vereadora cassada por irregularidade do partido no Acre tem mandato devolvido pelo TSE
Vereadora cassada por irregularidade do partido no Acre tem mandato devolvido pelo TSE (Foto: Reprodução)

Helissandra Matos foi eleita com 632 votos na eleição de 2024 Reprodução/Instagram A vereadora Helissandra Matos, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que havia sido cassada após o partido dela ser condenado por fraude à cota de gênero em Sena Madureira, no interior do Acre, vai poder retomar o cargo após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta sexta-feira (5). Ela havia perdido o mandato após decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) já que a punição foi o cancelamento de todas as candidaturas do MDB no pleito de 2024. Ela havia entrado com pedido de liminar, que foi concedida. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp A decisão, assinada pelo ministro André Mendonça, permite que ela continue na Câmara de Sena Madureira até que o mérito da questão seja analisado. O magistrado também suspendeu a recontagem de votos que havia sido determinada com a exclusão do partido. Desafios da participação das mulheres na política "Ante o exposto, defiro, em parte, o pedido de liminar, exclusivamente para assegurar o exercício do mandato de vereador titularizado por Helissandra Matos da Cunha, salvo se, por motivo diverso daquele examinado nestes autos, estiver ou vier a ser afastada do mencionado cargo eletivo. Fica, em decorrência, obstado o implemento da ordem de retotalização dos votos contido no acórdão recorrido, até ulterior deliberação desta Corte", disse. O g1 não conseguiu contato com a vereadora. Em uma rede social, ela comemorou o retorno ao cargo. Vereadora comemorou decisão do TSE que devolveu seu mandato Reprodução/Instagram Perda do mandato A perda do mandato ocorreu em segunda instância, já que Helissandra havia apresentado recurso contra a decisão de julho deste ano, alegando omissões e contradições na sentença inicial. Após a rejeição do recurso, ela divulgou um vídeo no qual alegou que testemunhas não foram ouvidas. (Confira mais abaixo) Segundo a ação, o MDB utilizou duas candidatas fictícias para cumprir o percentual de representação feminina. A cota eleitoral de gênero determina a garantia de no mínimo 30% e no máximo 70% de candidatos tanto do gênero masculino quanto feminino. O g1 não conseguiu contato com a direção do MDB. O líder do partido na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Tanizio Sá, publicou nota na qual defendeu a vereadora cassada e o partido. “Respeitamos as instituições, mas registramos preocupação com os efeitos da decisão sobre a representatividade feminina", afirmou. Devido à constatação das irregularidades, o partido teve os Demonstrativos de Regularidade de Atos Partidários (DRAPs) cancelados, o que leva à anulação dos votos recebidos. Ou seja, a parlamentar não foi acusada de qualquer irregularidade, mas a legenda à qual ela pertence foi excluída do pleito. Com isso, além da perda de mandato de Helissandra, todas as candidaturas do MDB em Sena Madureira em 2024 foram consideradas inválidas, o que dá um total de 14 pessoas. Ainda conforme a decisão, assinada pelo , a sentença deve ser cumprida imediatamente após o esgotamento dos recursos. LEIA MAIS Cinco vereadores são cassados e prefeito fica inelegível no AC em processo contra fraude à cota de gênero em eleição TRE cassa mandato de presidente de Câmara no AC após condenação por agressão à ex-namorada Vereadores trocam socos e empurrões durante sessão em câmara no Acre; VÍDEO Governador do AC tem julgamento marcado pela terceira vez no STJ A Câmara Municipal de Sena Madureira também prestou solidariedade à parlamentar que perdeu o mandato, mas ressaltou o respeito institucional. (Confira a íntegra da nota mais abaixo) "Mantemos nosso compromisso com os valores democráticos e com o interesse público”, destacou a publicação. Candidata zerada e outra com dois votos A ação que levou à perda do mandato da vereadora foi iniciada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) após a constatação de indícios de candidaturas fictícias, ou seja, registradas apenas para cumprir, em tese, a cota de gênero. Entre as acusações, o MP apontou Raimunda Nonata Mendonça da Silva, que teve zero votos, e Maria de Jesus Silva, que recebeu apenas dois votos, como as candidatas supostamente utilizadas pelo partido para burlar as regras. O g1 não conseguiu contato com as candidatas nem com as defesas. Contudo, conforme o processo, ambas negaram irregularidades. Raimunda Nonata alegou que desistiu da campanha devido a um problema de saúde, enquanto Maria de Jesus afirmou que dificuldades financeiras do partido a impediram de ter maior alcance. Porém, a Justiça Eleitoral não acolheu os argumentos e considerou que ambas consentiram com a fraude. “Somam-se a isso as prestações de contas de ambas, que não registraram movimentação financeira relevante, indicando ausência de arrecadação de recursos e de despesas típicas de campanha”, citou a sentença. O que diz a vereadora Vereadora que perdeu mandato publicou vídeo no qual criticou sentença Reprodução/Instagram Ainda na publicação feita por Helissandra, ela criticou a sentença e alegou ser alvo de discriminação de gênero. Ela foi eleita com 632 votos. "Ser mulher na política é ter que provar todos os dias que somos capazes de estar ocupando o cargo na política", argumentou. A vereadora retirada do cargo afirmou que, ao ser eleita, recebeu a confiança da população de Sena Madureira e lamentou a perda do mandato. "Podem até tentar tirar o meu mandato, mas jamais apagarão a minha história e nem silenciarão a minha voz. E eu sigo firme, com fé e esperança, e com meu coração voltado para Sena Madureira, minha querida cidade, e a luta das mulheres que nunca desistem", enfatizou. VÍDEOS: g1